No último dia 10 de junho, vivemos uma grande noite com a Dedicação da Catedral de Luziânia.
Alem da beleza dos ritos da dedicação, a homilia de Dom Waldemar , bispo da diocese luzianiense também contagiou a milhares de fiéis presentes no local. Acompanhe aqui:
“Os Salmos são uma escola de oração. Com os Salmos rezamos a Deus com a Palavra de Deus. Com o Sl 83 manifestamos o sentimento do encontro de Deus em umtemplo, como os que peregrinavam até o Templo que estava em Jerusalém: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa, quanto a amo, Senhor Deus do universo! Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo! (Sl 83,2-3).
Somos numerosos nesta noite e aqui viemos de várias partes da Diocese de Luziânia e de outras Dioceses, Igrejas irmãs, com este desejo de Deus, do Deus vivo que se faz presente, e nos atrai a todos com laços de amor. Do mesmo modo, as palavras do Sl 122 convocam nossa alegria: Alegrei-me, quanto me disseram, vamos à casa do Senhor! Já estão pisando nossos pés às tuas portas, ó Jerusalém! (Sl 122(121),1-2).
Saúdo seus corações, irmãos e irmãs, desejosos de Deus! Saúdo-os, agradecido por presença tão distinta, tão terna, tão fraterna!
A Diocese Luzianiense se sente horada pela presença do Emmo. Cardeal arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar, e seu auxiliares: Dom Antônio Aparecido e Dom Vicente;do arcebispo do Ordinariado Militar: Dom Marcony Vinicius; do arcebispo emérito de Goiânia, Dom Washington Cruz, e do bispo auxiliar de Goiânia, Dom Danival; dos bispos de Formosa: Dom Adair; de Uruaçu:Dom Giovanni Carlos; de Ipameri: Dom José Francisco; e do bispo auxiliar de Anápolis: Dom Dilmo Franco.
Aos irmãos Presbíteros e Diáconos, saúdo-os com grande reconhecimento na pessoa do Pe. Simão, nosso Vigário Geral, e do Pe. Geraldo Bueno, Vigário Episcopal e Pároco da Catedral.
Aos religiosos e religiosas, seminaristas e vocacionados, e a todos os fiéis leigos, nossa acolhida cordial. Manifesto apreço e gratidão aos que assumem cargos públicos de serviço à sociedade, no âmbito dos poderes executivo, legislativo e judiciário, civis e militares.
Vamos à Casa do Senhor!
Peregrinamos, porém não mais a uma casa edificada por mãos humanas, mas ao templo que Jesus revelou ser o Seu Corpo. Em certa ocasião, ao entrar no templo de Jerusalém, Jesus encontrou vendedores de bois, ovelhas e pombas, e cambistas instalados ali. Então fez um chicote com cordas e a todos expulsou do templo […]. Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agires assim?” Jesus respondeu: “Destruí este santuário, e eu o reerguerei em três dias”. E João Evangelista esclarece que Jesus se referia ao santuário que é o seu corpo (Jo 2,14-15.18-19.21).
A pedagogia paciente de Deus nos revelou que era preciso passar dos animais sacrificados a Deus, ao culto filial; chegar ao culto prestado pelo Filho de Deus nascido da Virgem Maria, que se ofereceu a si mesmo em sacrifíciona perfeita obediência a Deus Pai. Cristo declarou, segundo a Carta aos Hebreus: “Eis que eu vim para fazer a tua vontade”. […] É em virtude desta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas (Hb 10,9s).
Santificados pelo sangue de Cristo, nossos pés já se detêm às portas da nova Jerusalém, da cidade nova, que habita este mundo sem a ele pertencer. Ela, Corpo Místico de Cristo, Morada de Deus, Esposa desposada na aliança da Cruz: a Igreja! A Jerusalém do alto, livre e nossa mãe (Gl4,26), Sacramento de Salvação para a humanidade toda inteira, continuamente rejuvenescida pelos cuidados do Espírito do Filho. Enviada ao deserto (Ap 12,6), escuta docilmente a palavra do divino Esposo e rejubila na obediência da fé.
Simão ouve de Jesus, no evangelho apenas proclamado:Tu é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja(Mt 16,18), sendo feito semelhante ao seu Senhor – pedra angular. Do mesmo modo, toda a Igreja é edificada pelo poder dessa Palavra criadora e recriadora. Somente o Verbo é capaz de “dizer-nos”, de pronunciar quem somos aos olhos de Deus, de revelar a cada um seu lugar na Igreja, cumprindo a vontade do Pai, no poder do Espírito Santo. Sempre será um assemelhar-se ao Filho bem-amado, no qual o Pai coloca todo o Seu bem querer (Mt3,17). Simão é Pedro, fundamento da unidade e da comunhão. Ele e seus sucessores têm o carisma de congregar na segurança da fé os filhos de Deus dispersos.Na dedicação desta nova igreja catedral, expressão visível de uma comunidade sacramental, reafirmamos nossa adesão incondicional e irrestrita ao Magistério Petrino. Da cátedra, o bispo deve anunciar e atualizar a boa nova do evangelho segundo as necessidades de próprio tempo. Dela, na alegre comunhão com a Igreja de Roma e seu venerável Pastor, a elevada doutrina de Jesus há de serfonte de sabedoria para todos.
Desta igreja catedral, igreja-mãe na diocese de Luziânia, se espalhará sempre mais o bom odor da caridade de Cristo, por palavras e gestos, num louvor contínuo por termos sido eleitos e acolhidos, nós que éramos “estrangeiros e migrantes”; agora transformados emconcidadãos dos santos, quais pedras vivas de uma construção que se ajusta e se eleva para formar o templo santo no Senhor, morada de Deus pelo Espírito (Ef2,19.21s). Não mais estrangeiros e migrantes, mas um Povo de irmãos e irmãs, chamado à fraternidade universal, alimentado pela vida entregue de Seu Salvador em ato único e irrepetível sobre o Cruz, feito presente sobre o altar em cada Celebração Eucarística.
A mesma unção que nos alcançou no Batismo e na Crisma, na Ordenação Presbiteral e Episcopal capacita-nos a testemunhar a fraternidade em nossas famílias, ambientes de trabalho e lazer, pequenas comunidades e paróquias, tal como o grão de mostarda da parábola (Mt13,32), anunciando um Reino de irmãos. O Espírito Santo, Pessoa-Amor derramado em nossos corações, há de conduzir-nos, como testemunhas da fraternidade de Cristo, ao encontro de nossos contemporâneos. Assim, poderemos recolher o fruto agradável na acolhida, no diálogo, no serviço e na amizade com todos e apresentá-lo no ofertório das celebrações eucarísticas, aqui e em nossas comunidades paroquiais.
Venham, pois, todos, aqui e em todas as nossas igrejas, para ouvir a Palavra que consola!
Venham todos, venham participar do louvor perfeito do Filho sobre o Altar!
Venham, pois, todos, aqui e em todas as nossas igrejas, cantar um cântico novo, o canto da fraternidade e do amor aos pequeninos, aos mais necessitados, alegrando seus corações na docilidade ao Divino Espírito Santo. Venham, venham logo!
Um de vocês poderia replicar: caro bispo, ainda estou a caminho, não me sinto preparado.
– Respondo-lhe sinceramente: se esta catedral estivesse toda pronta, e até revestida de pedras preciosas, teríamosdo que temer; mas, não é assim! O Espírito Santificador ainundará, a ungirá e a fará morada da Trindade, Casa de uma multidão de irmãos e irmãs. O mesmo ocorre conosco! O Espírito Santo será o autor da santidade de nossas vidas. E não se esqueça que Maria, Mãe de Deus e nossa, nos acompanha. Venha, entre depressa!
As portas desta Catedral idealizadas por Dom Agostinho e colocadas por Dom Afonso Fioreze são amplas. Essesnossos dois primeiros bispos, juntamente com Dom José Carlos, pelos quais louvamos a Deus no dia de hoje, quiseram portas que se tornassem um convite a termos corações dilatados, corações capazes de abraçar do mesmo modo como fomos abraçados pela Misericórdia do Pai: quando com fome, com sede, forasteiros, nus, doentes, oupresos, fomos cuidados e visitados como se fôssemos o próprio Jesus (Mt 25,34-40). Ide, pois, para a missão da fraternidade, sem medo! As portas parecerão ainda mais largas ao voltarem com outros tantos irmãos e irmãs encontrados ao longo dos caminhos… E cantarão conosco: Vede como é bom, como é agradável os irmãos viverem juntos! (Sl 133,1).
A todos os benfeitores de nossa Catedral, o mais sincero e vivo agradecimento. A Deus confiamos os benfeitoresfalecidos com a esperança de que estejam na Sua Glória.
– Vinde, Espírito Santo; vinde”!
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