NOTA OFICIAL DIOCESE DE LUZIÂNIA

 

 

 

 

Afirmações da Sra. Débora Mendes – fiel leiga católica membro da Comunidade Mel de Deus – em um evento de formação interna ganharam repercussão nas redes sociais e em meios de comunicação social nesta semana. Diante das falas da Sra. Débora que possam ter ofendido pessoas por suas escolhas de vida, ou de ordem político-partidárias, dirijo, como bispo diocesano de Luziânia-GO, um sincero pedido de desculpas.

Os fiéis católicos são exortados à busca da fraternidade pelo respeito e diálogo com todas as pessoas no convívio social, inclusive nos ambientes digitais e meios de comunicação. A vocação ao amor encontra expressão primeira na acolhida de cada pessoa humana, reconhecendo sua dignidade. Que cada um “respeite o próximo como ‘outro eu’” (Gaudium et Spes, 27).

É importante esclarecer que os fiéis leigos não ensinam em nome da Igreja: “O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério da Igreja” (Dei Verbum, 10). No entanto, estamos cientes da preciosa cooperação que os fiéis leigos, sempre em comunhão com a Hierarquia, oferecem à missão evangelizadora da Igreja pelo testemunho de vida, pelo senso da fé e pela graça da palavra (Lumen Gentium, 35). Daí a necessidade de uma contínua e sincera busca de comunhão com o próprio bispo, permitindo o ecoar de seu ensinamento nos diversos ambientes da Igreja Diocesana.

Quanto à política partidária, a Igreja Católica não orienta os votos dos fiéis. Estes, com suas consciências formadas, fazem suas escolhas livre e responsavelmente. Vale observar o quanto dito no parágrafo 573 do Compêndio da Doutrina Social da Igreja: “As instâncias da fé cristã dificilmente podem ser encontradas numa única posição política: pretender que um partido ou uma corrente política correspondam completamente às exigências da fé e da vida cristã gera equívocos perigosos. O cristão não pode encontrar um partido que corresponda plenamente às exigências éticas que nascem da fé e da pertença à Igreja”.

Estendo meu pedido de desculpas aos que se sentiram incompreendidos, angustiados, discriminados ou rejeitados por qualquer posição de membros da Diocese de Luziânia em meio aos embates tão acirrados neste período eleitoral no Brasil.
Agradecido por sua compreensão, peço ao Senhor que lhe conceda Sua bênção.
Luziânia, 21 de outubro de 2022.

Dom Waldemar Passini Dalbello
Bispo de Luziânia – GO

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